segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
"Sutra das Cem Parábolas"
Era uma vez um homem que estava caminhando e ficou com sede. Ele viu uma fonte brotando junto a um tronco, curvou-se e bebeu até ficar saciado. Depois de matar a sede, levantou a mão e disse para a fonte: “Já estou satisfeito, pode parar de fluir”. A fonte, é claro, não deu ouvidos àquelas palavras e continuou a fluir como antes. O homem zangou-se e repetiu: “Já disse que terminei de beber e que você pode parar de fluir. Por que continua a fluir?”
Uma pessoa que estava perto assistiu à cena e disse: “Você é mesmo um tolo. Por que fica mandando a água parar de fluir? Por que não vai embora?”.
Neste mundo, as pessoas comuns são como o tolo da história. Bebem os desejos dos sentidos até a saciedade e, quando se cansam, dizem: “Basta! Mundo dos sentidos, por favor, vá embora. Já me fartei!” O mundo dos sentidos, é claro, nunca lhes dá ouvidos e simplesmente continua a fluir, enquanto as pessoas reagem reclamando: “Eu lhe disse para ir embora! Por que você fica me seguindo o tempo todo? Cansei de você!”
Diante disso, o sábio comentaria: “Se você quer que suas paixões cessem, é você que deve abandoná-las, pois elas nunca tomarão essa iniciativa. Quando você tiver aprendido a não se apegar aos sentidos, suas ilusões diminuirão e você encontrará a libertação de todos os seus desejos tolos”.
A maioria das pessoas não ouve tais conselhos. Pelo contrário, permanece agindo como o homem da nossa história: farto de beber, manda a água parar de fluir.
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