quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

"MANUAL PARA A VIDA."


NA SAÚDE: 

1. Beba muita água;

2. Coma mais o que nasce em árvores e plantas;

3. Viva com os 3 E's: Energia, Entusiasmo e Empatia;

4. Arranje 30min' por dia para ORAR sozinho;

5. Faça atividades que ative seu cérebro ;

6. Leia mais livros em 2015;

7. Sente-se em silêncio, pelo menos, 10' por dia;

8. Durma 8 h por dia;

9. Faça caminhadas de 20min' a 60min', por dia e, enquanto caminhar, sorria.

NA PERSONALIDADE:

11. Não compare a sua vida com a dos outros;

12. Não tenha pensamentos negativos;

13. Não se exceda;

14. Não se torne demasiadamente sério;

15. Não desperdice a sua energia com fofocas;

16. Sonhe mais;

17. Inveja é uma perda de tempo. Agradeça a Deus pelo que possui...

18. Esqueça questões do passado. Jesus já jogou no mar do esquecimento, faça o mesmo;

19. A vida é curta demais para odiar alguém. Perdoe;

20. Faça as pazes com o seu passado para não estragar o seu presente;

21. Ninguém comanda a sua felicidade a não ser você;

22. A vida é uma escola e vc está nela para aprender. Nao fique repetindo o ano;

23. Sorria e gargalhe mais;

24. Não necessite ganhar todas as discussões. Saiba perder;

NA SOCIEDADE:

25. Entre mais em contato com sua família;

26. Dê algo de bom aos outros, diariamente;

27. Perdoe a todos por tudo;

28. Passe tempo com pessoas acima de 70 anos e abaixo de 6;

29. Tente fazer sorrir, pelo menos três pessoas por dia;

30. Não se importe com o que os outros pensam de você;

31. O seu trabalho não tomará conta de você quando estiver doente. Nao se estresse.

NO SEU DIA A DIA:

32. Faça o que é correto;

33. Desfaça-se do que não é útil;

34. Lembre-se: DEUS cura tudo;

35. Por melhor ou pior que a situação seja... ela mudará...tudo passa

36. Não interessa como se sente, levante, arrume-se e apareça;

37. O melhor ainda está por vir;

38. Quando acordar de manhã, agradeça a DEUS pela graça de estar vivo.

39. Mantenha seu coração sempre feliz.

domingo, 28 de dezembro de 2014


Deleite-se com a felicidade dos outros, pois assim cada ocasião torna-se um momento de felicidade para você. Deleite-se quando estiver feliz, pois não é possível amar o outro esquecendo-se de amar a si próprio, e amar o outro ajuda a desenvolver confiança e fé. O modo como você experimenta as circunstâncias de sua existência determina a forma ( neutra, feliz ou infeliz) como você sente o que vive.

sábado, 20 de dezembro de 2014

"Reconhecendo o verdadeiro valor"


Um rio separava dois reinos, os agricultores o usavam para regar seus campos, porém um ano sobreveio uma seca e a água não chegou para todos. Primeiro brigaram uns com os outros, e logo seus reis enviaram exércitos para proteger os respectivos súditos. A guerra era eminente. O Buda, então encaminhou-se à fronteira onde acampavam os dois exércitos.

"Dizei-me, falou, dirigindo-se aos dois reis - que vale mais: a água do rio ou o sangue de vossos povos?"

"Não há dúvida", contestaram os reis - "que o sangue destes homens vale mais do que a água do rio".

"Oh, reis insensatos" - disse o Buda - "derramar o mais precioso para obter aquilo que vale muito menos! se empreendeis esta batalha, derramareis o sangue de vossa gente e não tereis aumentado o caudal do rio em uma só gota".

Os reis envergonhados, resolveram pôr-se de acordo de maneira pacífica e repartir a água. Pouco depois chegaram as chuvas e houve irrigação para todos.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

"O Jardim Zen"


Em meio a um dia agitado em casa ou no trabalho, às vezes tudo o que você mais quer é um pouco de paz, não é verdade? Longe de ser uma tarefa complicada, a busca por calmaria dentre os muitos afazeres da rotina pode ser feita basicamente com a ajuda de areia, algumas pedras, um retângulo de madeira e um ancinho. Esses elementos dão origem ao jardim japonês, também conhecido como jardim zen, que vem sendo usado como uma forma eficaz de meditação há mais de três mil anos.

Uma das grandes vantagens dessa prática é que ela pode ser feita em espaços amplos, como templos, ou em ambientes muito pequenos, como a mesa de trabalho ou um cantinho especial da sua casa. O retângulo de madeira representa o mundo, enquanto as pedras refletem a permanência e a mutabilidade da vida, em contraste com o aspecto fluido da areia.

A ideia é contemplar o jardim zen nos momentos de estresse e, com a ajuda do ancinho, fazer círculos e ondas na areia. Os adeptos acreditam que esses desenhos imitam o movimento da água, e podem ser comparados à fluidez dos acontecimentos da vida. Além disso, ajudam a acalmar a mente.

É importante manter as pedras sempre limpas e energizadas. Para isso, basta adotar duas técnicas simples: limpeza física e energética. Primeiro lave as rochas com água, que pode ser de rio, chuva, mar, fonte, poço ou lago. Depois disso use uma escova com cerdas macias para retirar as impurezas e finalize passando um pano de algodão. Já a energização pode ser feita colocando as pedras em uma druza (aglomerado de várias pontas de cristal em uma base única); lavando-as em água corrente ou água com sal grosso; deixando-as expostas à chuva e tempestades ou expostas à luz do sol e da lua.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

"Sutra das Cem Parábolas"


Era uma vez um homem que esta­va cami­nhan­do e ficou com sede. Ele viu uma fonte brotan­do junto a um tron­co, cur­vou-se e bebeu até ficar sacia­do. Depois de matar a sede, levan­tou a mão e disse para a fonte: “Já estou satisfeito, pode parar de fluir”. A fonte, é claro, não deu ouvidos àque­las pala­vras e continuou a fluir como antes. O homem zan­gou-se e repe­tiu: “Já disse que ter­mi­nei de beber e que você pode parar de fluir. Por que continua a fluir?”

Uma pes­soa que esta­va perto assis­tiu à cena e disse: “Você é mesmo um tolo. Por que fica mandan­do a água parar de fluir? Por que não vai embo­ra?”.

Neste mundo, as pes­soas ­comuns são como o tolo da his­tó­ria. Bebem os desejos dos sentidos até a sacie­da­de e, quan­do se can­sam, dizem: “Basta! Mundo dos sen­ti­dos, por favor, vá embo­ra. Já me far­tei!” O mundo dos sen­ti­dos, é claro, nunca lhes dá ouvi­dos e simplesmen­te con­ti­nua a fluir, enquan­to as pessoas rea­gem recla­man­do: “Eu lhe disse para ir embo­ra! Por que você fica me seguin­do o tempo todo? Cansei de você!”

Diante disso, o sábio comen­ta­ria: “Se você quer que suas pai­xões cessem, é você que deve abandoná-las, pois elas nunca toma­rão essa ini­cia­ti­va. Quando você tiver apren­dido a não se apegar aos senti­dos, suas ilusões diminuirão e você encon­tra­rá a liber­ta­ção de todos os seus desejos tolos”.

A maio­ria das pes­soas não ouve tais con­se­lhos. Pelo con­trá­rio, permane­ce agindo como o homem da nossa his­tó­ria: farto de beber, manda a água parar de fluir.

"Todos os seres sen­cien­tes são ­iguais peran­te a lei do carma"


Cada um de nós rece­be ape­nas aqui­lo que deu. Se esses aspec­tos estive­rem cla­ros, deve estar óbvio que nos­sas maio­res espe­ran­ças estão no fun­cio­na­men­to do carma. Até mesmo um Buda é moldado de acor­do com a lei do carma. Boas inten­ções nos leva­rão rumo à budeidade, ao passo que más inten­ções nos afun­dam, mais profundamente, na ilusão.

Observações sobre “Bem” e “Mal”

No budis­mo, as pala­vras “mal” e “mau” deno­tam aqui­lo que pre­ju­di­ca os seres sencientes. “Bem” e “bom” é aqui­lo que lhes ofe­re­ce auxí­lio e bene­fí­cio. Mau e mal são, por definição, o opos­to de bom e bem. O mal é aqui­lo que causa sofri­men­to. Má ação é qualquer ato que se opo­nha ao Darma, prejudique um ser sen­cien­te, seja ins­pi­ra­do por um dos três vene­nos – cobi­ça, raiva e igno­rân­cia – ou que fira um santo.

“Bondade” abran­ge aqui­lo que auxi­lia os seres sen­cien­tes e está em per­fei­ta concor­dân­cia com o Darma. As boas ações são sem­pre ins­pi­ra­das pela bon­da­de intrín­se­ca da pura nature­za búdi­ca inte­rior.

Na China, os budis­tas da esco­la Tiantai reco­nhe­cem seis tipos de bonda­de:

bon­da­de celes­tial;
bon­da­de infe­rior do Caminho Hinaiana;
bon­da­de infe­rior do bodisatva infe­rior;
bon­da­de infe­rior do bodisatva avan­ça­do;
bon­da­de infe­rior do bodisatva não budis­ta;
bon­da­de do bodisatva budis­ta ple­na­men­te des­per­to ou ilu­mi­na­do.


Uma breve aná­li­se des­sas seis dis­tin­ções pode aju­dar-nos a per­ce­ber melhor como a palavra “bom” deve ser com­preen­di­da no con­tex­to do budis­mo.

Bondade celes­tial que leva a más con­se­quên­cias. Uma pes­soa que obser­ve os Cinco Preceitos e pra­ti­que boas ações nesta vida, mas principalmen­te para bene­fí­cio próprio, renas­ce no paraí­so. Sua vida lá será longa e agradável, mas seu bom carma se esgo­ta­rá, e um dia ela poderá renascer em um dos três pla­nos infe­rio­res.

Bondade infe­rior do Cami­nho Hinaiana. Este segun­do tipo de bondade refe­re-se a prá­ti­cas budis­tas que con­si­de­ram a liber­ta­ção indi­vi­dual mais impor­tan­te que a dos outros seres sen­cien­tes. Essa tri­lha leva à liber­ta­ção da ilu­são, mas, já que não serve aos ­demais, é uma bon­da­de infe­rior.

Bondade infe­rior do bodisatva infe­rior. Trata-se da bon­da­de daque­le que tem com­pai­xão pelos ­outros e tenta ajudá-los, mas não con­se­gue supe­rar suas pró­prias impure­zas. Pessoas assim podem cau­sar mais mal do que bem.

Bondade infe­rior do bodisatva avan­ça­do. Aqui, ­incluem-se as ações daque­les que supe­ra­ram a maio­ria de suas imper­fei­ções, mas ainda permanecem ilu­di­dos com alguns aspec­tos da dua­li­da­de. Pessoas assim não con­se­guem valo­ri­zar a qua­li­da­de do cami­nho do meio segui­do por não budis­tas e, por­tan­to, ainda são afli­gi­dos por um conside­rá­vel grau de igno­rân­cia.

Bondade infe­rior de bodisatvas não budis­tas. Este, que é o quin­to tipo de bondade, diz res­pei­to às pes­soas que reco­nhe­cem a impor­tân­cia de aju­dar os ­outros, mas ainda não com­preen­dem os ensi­na­men­tos do Buda em sua tota­li­da­de. Portanto, ape­sar de serem boas, ainda come­tem erros.

Bondade do bodisatva budis­ta ple­na­men­te desperto. Essa é a bonda­de dos que com­preen­dem as ver­da­des dos ensi­na­men­tos do Buda em sua tota­li­da­de e agem com base nelas em todas as cir­cuns­tân­cias. Alcançar esse está­gio de ilu­mi­na­ção é deno­mi­na­do “bem”. Aferrar-se a esse esta­do ou aban­do­ná-lo é cha­ma­do “mal”.

"Princípios e Expressões do Carma"


Se o Buda disse que todos os fenô­me­nos são imper­ma­nen­tes, como pode o carma per­sis­tir ao longo de tan­tas vidas? Como pode ele ser cha­ma­do de lei invio­lá­vel? Para respon­der a essas per­gun­tas, o Buda com­pa­rou o carma a semen­tes e tam­bém a cos­tu­mes, ou caracterís­ti­cas per­sis­ten­tes.
A semen­te de uma plan­ta pode ser arma­ze­na­da por mui­tos anos, mas brota e se trans­for­ma em plan­ta, do mesmo tipo da anterior, assim que encontra as con­di­ções cor­re­tas. Da mesma forma, todos os nos­sos atos proposi­tais pro­du­zem semen­tes que ficam arma­ze­na­dasem nossa consciência. Tão logo se apre­sen­tem as con­di­ções ade­qua­das, a semen­te brota e cres­ce.
O Buda disse que o carma é como o aroma, que con­ti­nua no fras­co mesmo ­depois de acaba­do o per­fu­me. Do mesmo modo, per­sis­tem os hábi­tos, as ten­dên­cias e o carma de uma vida, até a próxima vida.
Em suma, pode-se dizer que são três os aspec­tos mais fun­da­men­tais do carma:

A semen­te cár­mi­ca, uma vez pro­du­zi­da, não pode ser des­truí­da;
O resul­ta­do cár­mi­co de uma causa cármica será do mesmo tipo desta causa e cada um rece­be­rá os efei­tos de todas as cau­sas cár­mi­cas que gerou, e ape­nas dessas cau­sas;
O carma é a força que nos apri­sio­na ao ciclo de nas­ci­men­to e morte.

Onde quer que venha­mos a nas­cer, den­tre os seis rei­nos da exis­tên­cia – que são o mundo dos deu­ses (devas), o mundo dos semi­deu­ses (ashu­ras), o mundo dos seres humanos, o mundo dos espíritos famin­tos, o mundo dos ani­mais e o dos seres do inferno –, nosso carma sem­pre nos acom­pa­nha­rá. Nós mes­mos cria­mos nosso carma, e é impossí­vel evi­tar os efei­tos das cau­sas que colo­ca­mos em movi­men­to.
O carma é uma lei natu­ral, e não algo admi­nis­tra­do por deu­ses ou demô­nios. A flecha, uma vez ati­ra­da, não pode ser tra­zi­da de volta ao arco. Ao agir­mos intencionalmen­te, colocamos em ação for­ças que não mais podem ser can­ce­la­das. Um dia, os resul­ta­dos des­sas ações vol­ta­rão com o mesmo caráter e a mesma inten­si­da­de.
Uma vez com­preen­di­da a ver­da­dei­ra natu­re­za do carma, esta­mos em posi­ção de uti­li­zar essa pode­ro­sa força a nosso favor. O carma é uma lei. Não somos víti­mas dela, assim como não somos vítimas da lei da gra­vi­da­de. O obje­ti­vo do carma não é nos punir. Trata-se ape­nas de uma lei. Com essa compreen­são, não há por que temer o carma; devemos, sim, cui­dar de nos­sos atos intencionais, saben­do que eles são as cau­sas de nos­sas con­di­ções futuras.


"A Ordem em que Chega o Carma"

A rela­ção entre causa, efei­to e lei cár­mi­ca é extre­ma­men­te com­ple­xa e difí­cil de ser compreen­di­da. Apesar disso, ela mos­tra uma ordem bási­ca que pode ser enten­di­da pelos seres huma­nos. É muito impor­tan­te ter algu­ma compreen­são a res­pei­to dessa ordem básica, por­que, sem isso, as pes­soas, frequentemente, ten­dem a cair na cren­ça de que o carma não exis­te. Sem uma ideia clara sobre a ordem em que o carma chega, é fácil ver “boas pes­soas sofren­do morte peno­sa e pes­soas más des­fru­tan­do con­dições muito agradáveis” e daí con­cluir que não há jus­ti­ça no mundo e que algo como o carma não pode exis­tir.
Na ver­da­de, o carma chega em uma ordem mais ou menos defi­ni­da, que pode­mos distinguir em três ­níveis: o pri­mei­ro nível é o do carma que é gera­do nesta vida e chega nesta vida; o segun­do é o do carma gera­do nesta vida, mas chega na pró­xi­ma; o ter­cei­ro é o carma gera­do nesta vida que chega em alguma vida ­depois da pró­xi­ma. Esses dife­ren­tes ­níveis podem ser comparados a dife­ren­tes tipos de plan­tas. Há semen­tes que, se plan­ta­das na pri­ma­ve­ra, darão fru­tos no outo­no; ­outras podem demo­rar um ano ou mais para frutificar. Algumas árvo­res levam anos para dar fruto.

As ­razões pelas quais o carma pode che­gar em dife­ren­tes vidas são duas:

a causa do carma pode ser de gera­ção lenta ou rápi­da;
as con­di­ções do carma podem ser fra­cas ou for­tes.

As cau­sas cár­mi­cas podem ser de gera­ção lenta ou rápi­da, assim como há plan­tas que demo­ram muito ou pouco para fru­ti­fi­car. As con­di­ções podem ser for­tes ou fra­cas, assim como o ambien­te da semen­te. Se uma semen­te rápi­da rece­ber boa lumi­no­si­da­de e água sufi­cien­te, cres­ce­rá muito depres­sa. Já uma semen­te lenta man­ti­da no escu­ro tal­vez demore anos para bro­tar.
É por isso que mui­tas vezes vemos pes­soas boas sofre­rem horrivelmente. Nesta vida, elas têm sido boas, mas o carma de vidas pas­sa­das é forte e tem de fru­ti­fi­car. As causas que estão sendo plan­ta­das hoje são extrema­men­te impor­tan­tes; con­tu­do, nin­guém con­se­gue esca­par de ­colher o que foi plan­ta­do no pas­sa­do.
Da mesma forma, é comum ver pes­soas más usufruindo os pra­ze­res de uma vida bastan­te agra­dá­vel. As semen­tes que estão plan­tan­do hoje lhes trará sofri­men­to no futu­ro; antes de che­gar esse dia, porém, estão rece­ben­do os resul­ta­dos de boas ações que praticaram em uma vida pas­sa­da.

O carma obe­de­ce a dois prin­cí­pios fun­da­men­tais:

todas as semen­tes cár­mi­cas um dia darão fruto;
mau carma não pode ser trans­for­ma­do em bom carma.

O bom carma gera resul­ta­dos posi­ti­vos, e o mau carma pro­duz resultados negativos. Apesar de ser impos­sí­vel trans­for­mar mau carma em bom carma, é impor­tan­te compreender que seus efei­tos podem ser diluí­dos. Se praticar­mos boas ações em gran­de quantidade, seus efei­tos vão ­diluir nosso mau carma, tor­nan­do-o mais supor­tá­vel. Assim como a água salga­da pode ser diluí­da com água-doce para que seu sabor fique mais palatá­vel, os efei­tos do mau carma podem ser ate­nua­dos adicionando-se a ele os efeitos de muitas boas ações praticadas.

Discutimos ­alguns aspec­tos bási­cos da lei do carma. Além deles, ­outros três fatores determi­nam a ordem e o rumo do carma:

sua gravi­da­de;
nos­sos hábi­tos;
nos­sos pen­sa­men­tos.

O carma muito sério, bom ou mau, chega antes do menos sério. Nossos hábi­tos são como sul­cos que deter­mi­nam os rumos da nossa vida. Os hábi­tos ado­ta­dos nesta vida exer­cem pode­ro­sa influên­cia na defi­ni­ção do tipo e da qua­li­da­de da pró­xi­ma vida.
Nossos pen­sa­men­tos estão cons­tan­te­men­te crian­do e recrian­do nossa vida. Os pensamentos levam a vida a fluir em dife­ren­tes dire­ções em dife­ren­tes momen­tos. O mutan­te curso dos pen­sa­men­tos às vezes se alte­ra sem moti­vo. Somos como ­alguém que sai para dar uma volta a pé. Apesar de andar­mos sem des­ti­no pre­de­ter­mi­na­do, pre­ci­sa­mos deci­dir que rumo tomar a cada esquina. O curso dos pen­sa­men­tos pode ter uma influên­cia sutil, mas ampla, na vida. Um sim­ples pen­sa­men­to pode nos levar ao infer­no ou nos aproxi­mar do Buda.

sábado, 13 de dezembro de 2014

"Tipos de Carma"


Carma posi­ti­vo, carma nega­ti­vo e carma neu­tro 

Nossas ações podem gerar carma posi­ti­vo, nega­ti­vo ou neu­tro. O carma posi­ti­vo é gera­do pelas ações cujo pro­pó­si­to é aju­dar ­outros seres sen­cien­tes. O nega­ti­vo é gera­do pelos atos que têm por fina­li­da­de prejudicar os ­outros. O carma neu­tro é gera­do por ações não inten­cio­nais. Somente um Buda não cria nenhum tipo de carma.

Carma deter­mi­nan­te e carma deta­lha­do

O carma deter­mi­nan­te, tam­bém cha­ma­do de “carma bási­co”, é aque­le que defi­ne se o ser nas­ce­rá como ani­mal, como ser huma­no, como espírito faminto e assim por dian­te. O carma deta­lha­do defi­ne o tipo de corpo que teremos, as cir­cuns­tân­cias da vida etc.
O carma deter­mi­nan­te defi­ne o reino em que nas­ce­re­mos, ao passo que o detalha­do preen­che as lacu­nas res­tan­tes. Por exem­plo, o carma determinante leva ­alguém a nas­cer como ser huma­no, enquanto que, o carma deta­lha­do esta­be­le­ce o tipo de corpo, a nacio­na­li­da­de e a família em que o ser vai nas­cer.

Carma compartilhado e carma indi­vi­dual

O carma com­par­ti­lha­do é aque­le vivenciado por ­vários seres ao mesmo tempo. Por exem­plo, todos nós que vive­mos neste pla­ne­ta temos a Terra como parte de nosso carma compartilhado. O país e a ­região onde vive­mos é, também, parte do nosso carma compartilhado. As inunda­ções ou ter­re­mo­tos que podem ocor­rer em uma ­região são parte do carma compartilhado das pessoas que lá vivem.

O carma compartilhado pode ser visto de duas maneiras:

com­par­ti­lha­do por todos;
não com­par­ti­lha­do por todos.

Por exem­plo, caso uma área seja atin­gi­da por um ter­re­mo­to, todos os seus habi­tan­tes são de algu­ma forma afe­ta­dos pelo fato, sendo este um caso de “carma compartilha­do por todos”. Entretanto, cada indi­ví­duo naque­la ­região será afe­ta­do pelo ter­re­mo­to de forma dife­ren­te: ­alguns fica­rão feri­dos; ­outros, não; alguns podem ter suas casas destruídas; ­outros, não. Este é o “carma não com­par­ti­lha­do por todos”.

O mesmo se apli­ca a um aci­den­te auto­mo­bi­lís­ti­co ou a qual­quer outro even­to que afete mais de uma pes­soa. Em um aci­den­te de carro, pode acontecer de uma pes­soa morrer e outra sair andan­do, ilesa. O carma individual ­inclui nos­sos talen­tos, personalidade, tendências, rea­ções característi­cas e tudo o mais que nos carac­te­ri­za como indi­ví­duos.

Carma pro­gra­ma­do e carma não pro­gra­ma­do

O carma pro­gra­ma­do é aque­le que acon­te­ce ine­vi­ta­vel­men­te em determi­na­da hora e local e não pode ser evi­ta­do de forma nenhu­ma. O não pro­gra­ma­do é tam­bém inevitável; contudo, quando e onde acontecerá não está pre­via­men­te deter­mi­na­do.

O poder do carma é incrí­vel. Sua influên­cia tem longo alcan­ce. Quando os fru­tos da retri­bui­ção esti­ve­rem madu­ros, não há onde se escon­der.

"Carma"



Carma é um termo sâns­cri­to que ori­gi­nal­men­te sig­ni­fi­ca­va “ação”. O carma é a lei universal de causa e efei­to que gover­na as ações inten­cio­nais. De acor­do com ela, todos os atos inten­cio­nais pro­du­zem resul­ta­dos, que mais cedo ou mais tarde serão sen­ti­dos por quem rea­li­zou a ação.

Boas ações pro­du­zem efei­tos cár­mi­cos posi­ti­vos, ao passo que os efeitos cár­mi­cos das más ações são nega­ti­vos. Essa lei opera em ­vários ­níveis: assim como os indi­ví­duos têm carma, tam­bém têm carma gru­pos e socie­da­des, paí­ses e até mesmo o pla­ne­ta Terra como um todo, tem um carma que pertence a todos os seres sen­cien­tes que o habi­tam.

Aliás, para ser mais específico, não é exatamente correto dizer que algo ou alguém “tem” um carma, uma vez que o carma é uma lei. Entretanto, é mais fácil falar do assun­to desse modo, evitan­do frases lon­gas que ­seriam tecnicamen­te mais pre­ci­sas. Dizendo que ­alguém “tem” um carma, que­re­mos dizer que sua vida está con­di­cio­na­da pela lei do carma, isto é, que as circunstân­cias pre­sen­tes devem ser com­preen­di­das como o resul­ta­do de seu comportamen­to pas­sa­do.

O con­cei­to de carma é fun­da­men­tal em todas as esco­las do budis­mo e em todas as interpre­ta­ções do Darma. É impos­sí­vel com­preen­der o budis­mo sem enten­der esse conceito em sua tota­li­da­de. O Buda clas­si­fi­cou o carma huma­no em três tipos:


carma gera­do pelo corpo;
carma gera­do pela fala;
carma gera­do pela mente.



Todas as ações intencionais do corpo, da fala e da mente geram resultados cármicos, que ocorrerão, inevitavelmente. Nem mesmo um Buda pode alterar a lei do carma.

Para a maio­ria das pes­soas, o carma fun­cio­na por repe­ti­ções cícli­cas. Deter­mi­na­da ação pro­po­si­tal gera um deter­mi­na­do resul­ta­do cár­mi­co, ao qual a pes­soa reage, o que leva a outro resul­ta­do cár­mi­co e assim suces­si­va­men­te. Desse modo, uma vida vai sendo construí­da conforme as rea­ções da pes­soa às con­di­ções que ela mesma cria. Reagindo ao próprio carma tan­tas e tan­tas vezes, vamos nos ato­lan­do na ilu­são.

O Buda disse que o ciclo de nas­ci­men­to e morte é uma ilu­são à qual nos aferramos por­que não con­se­gui­mos ver além dele. Ou seja, não sabe­mos como esca­par desse ciclo por­que não com­preen­de­mos seu fun­cio­na­men­to. Mais do que qual­quer outra coisa, é a lei do carma que man­tém os seres sencien­tes pre­sos nesse ciclo. E, mais do que qualquer coisa, é a lei do carma, se for bem com­preen­di­da, que levará os seres sen­cien­tes a se liber­tar do ciclo de nas­ci­men­to e morte.

Para os fins desta dis­cus­são, “mau” é aqui­lo que pre­ju­di­ca os seres sencien­tes, ao passo que “bom” é o que os auxi­lia. Más ações geram mau carma. Ações per­ver­sas produzem carma tão nega­ti­vo que levam a pes­soa a nas­cer em um dos três pla­nos mais bai­xos da exis­tên­cia (os mun­dos do inferno, dos espíritos famintos e dos ani­mais). O bom carma leva ao renascimen­to como ser huma­no ou celes­tial.

Carma é a força que “nos obri­ga a nas­cer, mesmo que não quei­ra­mos, e a mor­rer, mesmo que não quei­ra­mos”. Quando se fala do ciclo de nas­ci­men­to e morte, é impor­tan­te lem­brar que não é “você” que vai e volta nesse ciclo, e sim o seu carma. A ilu­são alimenta-se de si pró­pria atra­vés da lei do carma.

A prá­ti­ca budis­ta colo­ca muita ênfa­se nas boas ações, pois são as boas ações que, praticadas hoje, esta­be­le­ce­rão o ali­cer­ce de nossas vidas futu­ras. A maneira correta de compreender o carma é não se preo­cu­par com o que se está rece­ben­do hoje, mas com o que se está fazen­do hoje.

O carma é como o vento. O bom carma sopra os seres sen­cien­tes para ­locais aprazí­veis, onde experimentarão a alegria. O mau carma sopra os seres sencien­tes para luga­res desagra­dá­veis, onde experimentarão o sofrimento.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

"Cultivando a Terra"


Certa vez Sakyamuni passou por uma aldeia onde viviam os brâmanes, numa cidade no reino de Magadha, justamente quando um brâmane e outros homens estavam lavrando a terra. O brâmane, ao ver Sakyamuni parado observando-os, chamou-o ao trabalho, dizendo-lhe: "Shamon (aquele que busca o caminho)! Como vê, estamos arando as nossas terras e plantando sementes para obter alimentos. Por que não faz o mesmo para obter comida sozinho?" Sarcasticamente, ele censurou Sakyamuni por receber oferendas sem mínimo esforço.

Em resposta, Sakyamuni disse: "brâmane! Eu também estou arando e semeando, e portanto posso obter alimento." Surpreso, o brâmane retorquiu: "Nunca o vi lavrando as suas terras. Se afirma que está, diga-me onde está o seu arado e o seu boi?" Imediatamente , Sakyamuni deu-lhe a seguinte resposta:

Fé é semente que estou plantando;
Sabedoria é o meu arado;
Minha enxada elimina os maus carmas do atos, palavras e pensamentos.

Perseverança é o meu boi,
que carrega pesadas cargas com segurança,
vai e nunca volta;
segue e nunca se sente infeliz.

Eu cultivo assim;
Eu semeio assim.

Vida eterna é a colheita,
e estarei livre de todos os sofrimentos.

Diz- se que o brâmane, ao ouvir isto, despertou-se para a nobre missão do Buda.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

"Estado Intermediário do Renascimento"



Agora que o estado intermediário do renascimento surge diante de mim,

Devo concentrar minha mente numa intenção unipontual

E resolutamente me ligar à potência residual de minhas ações passadas virtuosas.

Devo obstruir as entradas para o ventre e trazer à mente os métodos de reversão.

Este é o momento em que são imperativas a perseverança e a pureza de percepção.

Devo renunciar a todo ciúme e meditar em meu mestre espiritual com sua consorte.

Tu, cuja mente se dissipa, a pensar que a morte não virá, 

Enfeitiçado pelas atividades sem sentido desta vida, 

Se tivesses que voltar agora de mãos vazias, não se teria frustrado o propósito da vida?

Ah, reconhece o de que realmente precisas! Precisas é de um ensinamento sagrado para a libertação!

Então não deves tu praticar este divino ensinamento , a partir deste mesmo instante?

"Estado Intermediário da Realidade"


Agora que o estado intermediário da realidade surge diante de mim,

Renunciando a todo e qualquer sentimento de assombro, terror e medo,

Devo reconhecer que tudo que surge é consciência pura que se manifesta 

naturalmente por si mesma.

Sabendo que estes sons, luzes e raios são fenômenos visionários do 

estado intermediário,

Neste momento, tendo chegado a este ponto crítico,

Não devo temer a assembléia das Divindades Pacíficas e Furiosas, que se 

manisfestam naturalmente.

"Estado Intermediário do Momento da Morte"


Agora que o estado intermediário do momento da morte surge diante de mim,

Renunciando a todos os apegos, desejos e apreensões subjetivas,

Devo entrar totalmente concentrado no caminho em que os ensinamentos orais são claramente entendidos,

E lançar minha própria consciência pura na vastidão incriada do espaço.

No momento mesmo da separação deste corpo composto de carne e sangue,

Devo saber que este mesmo corpo é como uma ilusão passageira.

"Estado Intermediário da Concentração Meditativa"



Agora que o estado intermediário da concentração meditativa surge diante de mim,

Renunciando à massa de distrações e confusões,

Devo entrar concentrado num estado

Vazio de toda apreensão subjetiva e livre dos dois extremos,

E alcançar a estabilidade dos estágios de geração e perfeição.

Neste momento, tendo renunciado à atividade

E tendo alcançado uma concentração singular,

Não devo mergulhar na corrente das aflições mentais desconcertantes!

"Estado Intermediário dos Sonhos"


Agora que o estado intermediário dos sonhos surge diante de mim,

Renunciando ao insensível sono da ilusão, que me faz semelhante a um cadáver,

Livre de memórias que causam distrações, devo entrar no estado da natureza permanente da realidade.

Cultivando a experiência do esplendor interno,

Através do reconhecimento, da emanação e da transformação dos sonhos,

Não devo dormir como um animal,

Mas sim me dedicar ao cultivo das experiências que unem o sono com a verdadeira realização.

"Estado Intermediário da Vida"


Agora que o estado intermediário da vida surge diante de mim,

Renunciando à preguiça, para a qual não há tempo nesta vida, 

Devo entrar sem distrair-me no caminho do estudo, da reflexão e da meditação.

Fazendo da experiência percebida e da natureza da mente um caminho,

Devo cultivar a realização dos três corpos búdicos.

Agora, tendo obtido um precioso corpo humano, nesta oportunidade única,

Não posso me dar ao luxo de continuar no caminho da dissipação.